domingo, 15 de novembro de 2009

4. O despertar

"Veio uma brisa leve, nada natural. Meus olhos se abriram. As folhas de um pequeno bordo estremeceram com o vento suave de sua passagem.
Ele se fora.
[...]

Enquanto estava deitada ali, tive a sensação de que se passara mais tempo do que eu percebera. Não conseguia me lembrar de quanto tempo passara desde o anoitecer.

[...]

Uma lua nova. Eu tremi , embora não estivesse com frio. Ela só ficou dizendo "Ele foi embora."
Será como se eu nunca tivesse existido.

[...]

Senti o chão de madeira liso sob meus joelhos, depois sob a palma das minhas mãos e, em seguida, comprimido sob a pele do meu rosto. Eu esperava estar desmaiando, mas, para minha decepção, não perdi a conciência. As ondas de dor que me haviam assaltado pouco tempo antes se erguiam agora com força e inundaram minha cabeça, puxando-me para baixo.
Não voltei á superficie.


73.

... O tempo passa. Mesmo quando isso parece impossivel. Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Até para mim."

Um comentário:

  1. Lindo, texto sintetizado em cima dos seus sentimentos...Maravilhoso

    Doidinho (^.~)

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