quinta-feira, 29 de abril de 2010

Monstro ao acaso

Irritação: é o que me fere a alma
Do que me servem pessoas estúpidas?
Seres em serventia, sem vida, sem graça divina - Pobres criaturas imundas!
Pequenos filhotes do baixo queimante
Baixo que sobe mas que ainda queima

Eu não quero! Eu repito: NÃO QUERO!
Não quero suas carcaças fétidas
Carcaças, mas vivas, avidamente vivas..
Vivas... E afetam essa alma morta!

Seres de outro mundo que puxam seres para cá..
Me soltem! Não quero seus braços
Dá-me sua indiferença! Quero algo recíproco.

Não derrame meu líquido
Não pise no meu plano
Não ria do meu sorriso;
Não me afete pois, não me afeto.
Não me olhe;
Sou capaz de devorar-lhe em uma só dentada - Prefiro regurgitá-la
Lambuzar-lhe de minha saliva... Que ela te queime, e.. Me deixe!

Leve logo o que quer de mim
Pois o que sobrou já foi levado
Aproveite meu tudo
Esse é o pouco que posso lhe dar

domingo, 25 de abril de 2010

Navalha cortando a pele



Eu não sei mais pra onde correr, as portas estão fechadas, janelas trancadas, luzes apagadas. Meu mundo está escuro, vazio, fechado, intacto.
São tantas decepções, frustrações, medos, inseguranças, faltas e buracos criados em meu peito, meus olhos secaram das lagrimas que rolaram, meus braços não suportam mais alguém, meu corpo não aguenta mais meu ser, minha alma não aguenta mais sofrer.
Tudo poderia ser tão diferente... Sorrisos estampados, músicas ao fundo, braços fartos, meu mundo habitado. Eu só queria poder fugir, me esconder, me encolher e adormecer... Esquecer de mim, do tempo, do vento, do momento.
Pessoas passam por coisas tão horríveis, tão difíceis.. Meus problemas não chegam perto de quem sofre, mas eu... Eu sofro. Ingratamente, mas sofro!
Será que basta um quarto, um cachorro e um computador pra ser feliz? São essas minhas opções, minhas ocupações, minhas fugas. As coisas estão mais tortas do que os quadros do Picasso. A única coisa que ainda me fazia bem conseguiu me decepcionar TAMBÉM. O mais incrível, é que nem sabe que eu existo, mas conseguiu trazer a decepção... Acho que é só pra não fugir a regra.
Nada tem aquele gosto bom de sorvete de cereja, saca? Agora parecem passas ao rum!
Minha música não me satisfaz, meus livros não me trazem histórias, meu quarto não é mais tão confortante, e Maria Rita? Isso já não é mais a minha paz... Para onde eu vou? Em que direção eu corro? Com todas as minhas ilusões perdidas em baixo do meu braço esquerdo, com toda a dor que rasga cada fragmento do meu corpo, minha alma eu nem sei se ela existe, se ainda existe, não está dando sinais de vida,e o que tem no meu braço direito? Talvez um resto de esperança que será habitado brevemente por ilusões que migraram pra ele dando espaço para as novas do braço esquerdo.
Eu não acho que esteja sozinha, só acho que sou um casebre abandonado e sem cuidados. É um desespero absurdo saber que não se pode fugir, que não se tem opções e que a única coisa a se fazer, é esperar... Esperar, pois, não tenho mais forças pra tentar mudar o rumo que meu navio está tomando... O volante é pesado demais para meus braços já fracos, o destino poderia se encarregar de me trazer alguma coisa boa que me faça perceber que existem coisas lindas em algum lugar.. Eu só preciso encontrar.