quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Campo de batalha

Necessidade é tudo que eu tenho tido.
Necessidade de espírito, paz, corpo e natureza. É uma necessidade do que não se vê, do que nunca tive, do que nunca quis... Necessidade forçada.
Eu me pego querendo ouvir elogios, querendo fazer o que não sou capaz, tendo coisas que não posso ter, chorando pelo que já tive... Eu me flagro.
Me flagro pensando negativamente no que quero positivo, no que quero e não busco,
no que penso e não faço.
Eu idealizo coisas, tento mudar pessoas, não concluo o que começo, sendo que, raramente começo.
Eu não sei mais o que quero, como faço pra tê-lo, como querer ou como não tê-lo.
Eu quero chorar mas, não choro. Eu não quero mas, é o que mais faço.
Eu não sei como parar...
Parar de pensar em você, naquele, no outro, nem um pouco em mim.
Eu não sei como me forçar a ser melhor, mesmo tentando...
Minha necessidade esta aqui, no outro plano, na pluralidade, em Sirius A ou em Sirius B, mas nunca em mim... Eu nunca me basto.
Eu não sei como sobrevivi sem você, sem ela, sem eles... Eu não sei mais sobreviver sem meu violão, sem minhas cifras, sem minhas exorcistas.
Eu não sei como te querer bem, eu não sei mais querer mal, eu não sei mais de mim.
Horas sou Deus, horas sou demônio, logo penso que sou os dois, cujo corpo é campo de batalha. Eu peço que parem, mas meu Deus é mais forte que meu demônio, e meu demônio mais forte do que eu.
Eu revivo as magoas, apago as luzes, me escondo do escuro, me acho no canto. Quando penso que sou só, vejo que está indo embora. Vezes acho que sou multidão, minha mente me engana a cada devaneio. Minha mente é uma guerra entre o que ouço e o que pratico. Minha vida é como um campo de futebol onde alguém corre atrás de algo que parece insignificante, enquanto milhares de pessoas gritam por ele que está com o tão desejado objeto, e eu sou ele, e na minha chance, faço a torcida chorar pelo lance perdido... Eu não tenho o domínio.
Eu não quero vocês por perto, eu não quero me sentir só.
Hoje eu sei que vou chorar pelos dias de ontem, nunca choro o hoje... Sou como um diário retendo coisas antigas. Eu gosto de coisas antigas.
Mas é só hoje e isso passará. Amanhã é outro dia... Não é.
Eu vou empurrando minhas magoas e meu medos até não terem mais espaço, pois eu sei que meu Deus é mais forte do que esse demônio que retém. Eu sei que sou mais forte de que eu e posso me combater, e enquanto eu puder, eu lutarei contra mim.