segunda-feira, 16 de maio de 2011

E foi assim, como uma vela que se apaga ao fim da noite.
Foi onde a escuridão chegou se apagando na esquina do sopro.
Eu levantei em um só pulo e pensei estar revivendo um daqueles pesadelos de infancia. Pensei estar embriagada de sono e ouvindo vozes. Vozes não, gritos! Me atirei da cama com quem se atira de um abismo tentando se salvar de um assassino, me atirei como sempre fizera, sentando-me ao rodapé de pernas puxadas, abrançando-as e, ouvi.. A cada palavra eu pensava estar mesmo em um pesadelo. Cada palavra cortava mais que lâmina recem afiada. Eu já ouvira aquela historia antes, eu sempre a vivi! Só não ouvira meu silencio, gritando por uma mala cheia de roupas. Eu ouvi, paralisada, cada insulto, cada grito, cada ofensa, cada cobrança. Senti cada lágrima, cada insulto, cada tapa,(mesmo que fosse emocional, era um tapa),senti cada magoa percorrendo as memorias de um passado errante. Eu não queria mais aquilo, eu não queria mais ouvir, eu não queria mais arrastar aquelas correntes... Depois de quase duas horas, intacta, ouvindo cada palavra daquelas bocas imundas, eu me levantei quando tive coragem e num só ato, peguei as roupas que podia. Sai passando pela sala como quem passa por uma rodoviaria, sem olhar para trás, apenas procurando seu destino. Eu parti, sem a certeza de voltar, com a certeza de ir, sem saber para onde. Eu fui, só sei que fui. Durante os primeiros passos, meus pés ainda estavam moles, mas conseguiam me guiar, eles precisavam me guiar. Durante algum tempo, me acostei na primeira arvore humana vista logo a frente e pedi consolo. Não encontrei. Procurei então, no unico lugar que sabia poder encontrar: Ele! E tudo ficou tão facil, tão simples, tão confortavel.. Não durou muito em tempo humano, mas dura até hoje em alma. Os dias se passaram e meu refugio foi o de sempre: Ela! Um, dois, três dias... A cabeça dói, o corpo amolece, a febre chega, a dor não sai. Meu estado de espirito causou meu pessimo estado fisico! Como posso ser tão vulneravel? Como pude não ligar? Como pude esquece-lo, aqui novamente, pelo mesmo erro.. Como fui fraca, meu Deus! Como fui fraca... Não aprendi a lhe dar com os mesmos problemas vividos em 18 anos. Não aprendi a perdoar.. Eu sei que os dias se passaram, e de volta estou ao meu lugar. Estou com meus livros, meus CD'S, meus DVD'S, meu bichano, minhas musicas... Eu estou cumprindo meu papel, mesmo que ele me desagrade. Aprendi que a vida não são só flores. São espinhos. Vai de nós nos furar com eles, ou apenas saber que estão ali, e cuidar para não toca-los. Estou eu, tentando aplicar a linguagem de estado de qualidade em minha vida. Estou eu, sendo essa criatura imperfeita, mediocre e medrosa. Estou eu, sendo tudo que sempre fui e lutando pra ser o que preciso. Estou eu, de volta ao combate, com o peito aberto a novas balas, ou.. canhões.